sábado, 25 de maio de 2013

SENSATEZ VERSUS INTOLERÂNCIA

"O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete". (Aristóteles) 



"Só os homens sagazmente ativos, que conhecem as suas aptidões e as usam com medida e sensatez, poderão fazer avançar substancialmente o mundo". (Johann Goethe)

"Humildade e sensatez constituem um poderoso avanço na realização dos nossos sonhos, se você não aprende isso nos erros da escola da vida, um dia você pára até de sonhar..." (Wilker Martins Chaves)

"Porque também nós éramos noutro tempo insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros".(Tito 3:3 - Bíblia Sagrada)

 Nos dias atuais, cada um busca em sua racionalidade a imposição de seu ponto de vista como certo, como único, irrefutável, ou quando muito, cedem por pressões outras, mas não convincentes de si em poder existir um outro ponto de vista. Não me atreveria dizer que esse posicionamento é o único caminho para o surgimento da "Intolerância", seja ela religiosa, partidária, filosófica, etc., pois assim também estaria me contradizendo ao tema dessa postagem, ou seja, estaria sendo insensato nas minhas convicções e pensamentos, mas podemos acordar que esse posicionamento também contribui para o surgimento da "Intolerância" hoje tão propagada e difundida na mídia, quer seja pela maioria ou pela minoria, pois, não há uma via única de certeza ou de vitimização das consequências da Intolerância.

Para refletir bem ao que propomos nessa postagem, transcrevemos 04 (quatro) pensamentos, sendo que 03 (três) seculares e 01 (um) religioso, pois, seria inconcebível denotar qualquer assunto de intolerância e sensatez sem passar por esses vieses.

Pois bem, iniciaremos então com o pensamento de Aristóteles: "O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete". Todos sabemos quem foi Aristóteles, grande filosófo  aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande. Sabem-se que esse filósofo muito contribuiu para o conhecimento humano, a exemplo da física, a metafísica, música, matemática, lógica, ética, biologia e a zoologia.  Também foi conhecido por ser o fundador do Liceu, escola filosófica com cursos regulares, de manhã e à tarde, direcionado a um público interno, mais restrito, com maiores conhecimentos avançados sobre a lógica. Aristóteles em seu pensamento filosófico já atribui o equilíbrio ao "homem sensato", pois esse homem se encontra numa zona de conforto em relação ao seu posicionamento intelectual e cognitivo, nem é ignorante ou sábio, mas "meio termo". Essa é a grande questão! Quando tomamos por pressupostos apenas o nosso "achismo" ou mesmo os nossos valores e princípios, os quais foram agregados no nosso amadurecimento intelecto-cognitivo, e não abrimos mão para uma análise ou uma segunda opinião mais elaborada, incorremos na "insensatez", isto é, quando reputamos ser sábio, duvidando de tudo e de todos, ficando em cima do muro, portanto, não contribuindo para qualquer mudança de estado, ou nos tornamos "ignorantes", quando somos irredutíveis nas ações e modo de pensar, afirmando ser tudo verdadeiro, não admitindo outra situação. O sensato, ao contrário do ignorante irredutível e do sábio duvidoso, comporta-se com uma atitude reflexiva, suscetível de admitir estar errado, aprender com esse erro e tentar fazer a coisa certa.

O segundo pensamento, Johann Goethe nos diz que "Só os homens sagazmente ativos, que conhecem as suas aptidões e as usam com medida e sensatez, poderão fazer avançar substancialmente o mundo". Percebemos nesse pensamento que não basta ser "sagaz", mas que devamos conhecer as nossas aptidões e usuá-las com medida e sensatez, sem esse proceder, jamais seremos capazes de avançar substancialmente o mundo, e a esses insensatos, a pequenez lhes basta. Goethe não estava preocupado com o "avançar substancialmente o mundo" de qualquer forma, a força, a violência ou mesmo sem critérios lógicos para tal, mas através da sensatez do conhecimento de suas aptidões, ou seja, não posso abrir mão em ser sensato daquilo que domino, pois, haverá sempre uma "segunda opinião" e eu devo respeitá-la.

O terceiro pensamento fala de Wilker Martins Chaves, quando profere que "Humildade e sensatez constituem um poderoso avanço na realização dos nossos sonhos, se você não aprende isso nos erros da escola da vida, um dia você pára até de sonhar...). Que pensamento sensato! Anterior a essa postagem, eu falei sobre "Humildade", e agora e complemento com "sensatez", pois ambas constituem um "Poderoso avanço" na realização dos nossos sonhos. Chaves conclui que, ao insensato, acaso não venha aprender a sensatez na escola da vida com erros que advirem de suas atitudes, aptidões, procedimentos, fatalmente em algum momento ele parará até de sonhar, não terá mais esperança alguma em nada.

Por fim, a Bíblia Sagrada nos mostra na epistola de Paulo a Tito que a insensatez traz diversos erros contra ao nosso próximo e contra a Deus, vejamos: "Porque também nós éramos noutro tempo insensatos, desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites, vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros" . Que reflexão salutar o apóstolo Paulo faz a Tito a respeito da insensatez, pois, ao insensato cabe a desobedência, a perdição (extravios), a concupiscências (prazeres carnais), malícia e inveja, ódio, principalmente contro o próximo. 

O insensato é intolerante, como já vimos no pensamento aristotélico, não admite outra opinião, não reflete, não aceita estar errado, a sua palavra é a palavra final. Vimos ainda que o insensato não conhecer suas aptidões e as usam de forma desmedida, portanto, não tem condições de avançar substancialmente o mundo. Este insensato não declina para o aprendizado na escola da vida através de seus erros, e em não se tornando humilde, fica fadado a deixar de sonhar. Conclui a Bíblia Sagrada que o insensato vive uma vida desregrada, ou aparentemente regrada, mas no fundo, são desobedientes, concupiscentes, maldosos, odiosos de si e ao próximo.

Retomando a questão da intolerância, percebemos que ser sensato ou ao menos tentar sê-lo, já é um bom indicativo para uma vida mais acertada, pois, como já diz um ditado popular: "Nem tanto ao céu, nem tanto a terra",  ou seja, não podemos levar tudo "a ferro e fogo", onde eu estou com a razão, e mesmo a tendo, devo verificar a conjuntura, a situação em que eu e o meu próximo se encontra, sopesar a razão, a emoção e o que é possível ser feito, conhecendo minhas aptidões e aplicá-las numa medida aceitável, avançando para a construção de um mundo melhor, e aqui não me refiro as questões de soterologia (doutrina da salvação) ou de hamartiologia (doutrina do pecado) e nem tão pouco de escatologia (doutrina das coisas do fim do mundo), mas sim do aqui e do agora, do que o Jesus tentou a todo momento demonstrar ao homem que ser sensato é o caminho para uma vida feliz, menos arrogante, mais tolerável, e do contrário, o da insensatez, que em virtude dela Jesus foi preso, condenado sem nunca ter tido qualquer crime que pesasse sobre si, levado a cruz do calvário, apenas por não ter sido compreendido, por ter mostrado que Deus aceita e quer que cada um de nós conceda perdão, e não intolerância, que ame ao seu próximo, e não o odeie, pagando assim um altíssimo preço. A que ponto a insensatez chegou para Jesus!

William Nascimento Vasconcelos

quarta-feira, 27 de março de 2013

HUMILDADE: UMA DIFÍCIL LIÇÃO DE VIDA

"Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas". (Mateus 11:29)

"Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos" (Romanos 12:16) 

Depois de algum tempo sem escrever, quer por motivos pessoais ou de trabalho, quer por ausência de tempo, estamos de volta com uma reflexão muito pouco abordada, qual seja, a HUMILDADE da pessoa humana.

Entendem-se por Humildade as pessoas que não tentam se projetar sobre as outras, nem mostrar ser superior a elas, sendo considerada, portanto, como detentora de uma virtude do nosso bom senso em relação às outras pessoas. Alguns a caracteriza como demonstrar cordialidade, respeito, simplicidade e honestidade, ainda que tais características não sejam única e exclusivamente de pessoas humildes.
 
Etimologicamente falando, Humildade deriva do latim "humus" que significa "filhos da terra" ou "solo sobre nós", pois humus é o termo com o mesmo significado de tellus e terra. Humus é aquele que permanece na terra. Que dela não se eleva. E desta realidade de raiz, do chão que embasa tudo o mais, da verdade sólida em que os alimentos nascem, de onde os pássaros voam e as águas se sedimentam (pensamento filosófico). Humus o princípio, o sustentáculo de teu porte bípede, a força que a todos nós atrai. Humus, a filosofia da base de todos os conceitos.

A humildade também é muito confundida com a modéstia, tendo o sentido contrário da ambição, ou seja, enquanto para o modesto falta-lhe o desejo de ter ou possuir algo, de alcançar algum objetivo considerado intangível, sendo, portanto, considerado uma pessoa humilde, o ambicioso é aquela pessoa que almeja algo grandioso, uma situação ou posição de destaque, que por muitas vezes é considerado como ganancioso, e isso é uma outra categoria de estado de espírito.


Mas por que a Humildade tem sido uma difícil lição de vida para nós? Existe alguma correlação entre ser humilde e ser humilhado? O que temos de proveito em ser humilde?

Bem, respondendo, ou ao menos tentando responder a primeira questão, poderíamos afirmar que a humildade não é inata, ela não nasce conosco, mas, é-lhe adquirida, aprendida no decorrer das nossas vidas, tendo-a como uma opção, assumindo-a como um compromisso. Por isso que é difícil ser humilde. Ser modesto ou aparentar ser modesto, não é a mesma coisa que ser humilde. Não ter ambição, ânimo para determinada situação também não é ser humilde. Ser generoso, caridoso, bondoso, cordial, simplório, enfim, essas ações não fazem NINGUÉM se tornar ou ser humilde. A humildade quando aprendida, adquirida e optada como um traço de sua personalidade, deve partir do mais profundo do nosso coração. Ela não se resume simplesmente num ato, mas em atitudes reiteradas. Eis o porquê de ser tão difícil em ser uma pessoa humilde. Muitas vezes somos generosos em uma determinada situação ou para uma determinada pessoa ou grupo, mas não agimos da mesma forma com outros. Agimos com caridade e cordialidade com determinado segmento da sociedade com o fito de se auto-projetar, mas não agimos de igual maneira com outros segmentos. Onde está a humildade em nós se não dermos continuidade, de forma padronizada, despretendida, desinteressada dos nossos atos? Acaso não abracemos de fato a humildade como um compromisso de vida, estamos enganando a nós mesmos, ou no mínimo, tentando impressionar a alguém com aquilo que não somos. A humildade deve partir do coração (...aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração...) Devemos aprender isso!

Quanto a segunda questão, é verdade que a pessoa humilde, por vezes passa por humilhação, mas a recíproca não é verdadeira, isto é, nem todos que são humilhados são humildes, pois muitos são humilhados ou passam por humilhação por diversos outros motivos, tais como por ignorância, arrogância, vingança, vexame, dentre outras situações. Aos humildes, ser humilhado não lhe traz um certo desprezo ou mesmo venha lhe denegrir a sua dignidade e imagem, pois, essa situação lhe é insignificante, haja vista que o humilde é uma pessoa mansa, sóbria, tranquila, serena, compreensiva, sensível, em paz consigo mesma. A pessoa humilda sempre (...encontra descanso para suas almas...), esse é o segredo!

Por fim, a última questão elaborada, refletimos se há algum proveito em ser humilde. Obviamente que sim! Ao humilde, este sofre menos, ama mais, não ambiciona coisas supérfluas, são pessoas sábias, sempre acolhedoras, companheiras, vivem conscientes de seu papel consigo mesmo e com o Ser Supremo, sabe da transitoriedade dessa vida e, portanto, aproveita nos mínimos detalhes, não em coisas efêmeras, mas naquelas que perduram, que marcam os corações, que nos traz alento a alma e ao espírito. Todos querem está por perto de quem é humilde, pois, sabe em si que tem muito a aprender.

Ser humilde é ser liberto!

William Nascimento Vasconcelos


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

NÃO SOMOS ESTATÍSTICAS, MAS SERES HUMANOS!

Parece contraditório a afirmativa da temática dessa postagem ao dizer que "Não Somos estatísticas, mas seres humanos!", ainda que nossas ações possam ser explicadas com dados numéricos e probabilísticos. O grande equívoco dessa análise explicativa é que, ao se debruçar friamente aos números e probabilidades de acontecimentos recorrentes a um determinado grupo social, não conseguimos compreender as variações ou mudanças de comportamentos durante esse estudo.
Quem nunca leu notícias como: " São Paulo registra redução de 63, 2% no número de homicídios durante a década passada, mesmo com o aumento populacional"; ou "Em 2012 houve um aumento de 42% de mortes no trânsito em relação ao exercício de 2011"; ou ainda "Governo tentará reduzir em 30% as mortes causadas por uso de entorpecentes nas favelas do Brasil" e assim por diante. Para compreendermos melhor a afirmativa proposta nessa postagem, refletiremos nos 03 (três) exemplos apresentados.
O primeiro exemplo apresentado, podemos perceber que as estatísticas se reportam a redução de homicídios de uma década para outra, a grosso modo, têm-se em mente que 63,2% das pessoas que vivem em São Paulo morreriam em 10 (dez) anos, ou poderíamos ainda inferir que dos vivos existentes em São Paulo e que estavam "predestinados" a morrerem durante uma década, passaram a ter uma "sobrevida", ainda que havendo um aumento populacional. Ora, como pode as ciências exatas (estatísticas, matemática) ou mesmo as ciências sociais/humanas (sociologia, antropologia) fazer tal assertiva, como se essas tivessem o poder de prevê o futuro de cada ser humano que iria morrer durante uma década? Quando se analisa a quantidade de mortos em 10 (dez) anos com o quantitativo levantado atualmente, não se pode dizer que a diferença ou resultado numérico se refere a "exata" concordância ou a certeza dessa redução, pois não somos deus para saber quem iria morrer ou não nesse período, e com isso atribuir a uma suposta redução desses homicídios.
O segundo exemplo se refere ao aumento de mortes no trânsito de um exercício para outro. É muito difícil fazer comparações desse tipo, uma vez que diversos fatores podem contribuir para o aumento ou diminuição de mortes de um exercício para o outro. Ainda que essa análise não exija uma reflexão filosófica para sua conclusão, torna-se difícil fazer essa comparação pelo simples fato de que nenhum tempo é igual a outro, quer seja pela diminuição do fluxo de veículos, quer seja pela existência uma população flutuante, quer seja pelo desenvolvimento urbano e cultural de uma sociedade, mesmo assim, há uma sensível variação de resultados, e quando tentamos responder um fenômeno sociológico com análise numérica, estamos suscetíveis ao comentimento de erros crassos.
Por fim, passemos agora a analisar o terceiro exemplo que se trata da tentativa do Governo ou qualquer outra instituição em querer "reduzir" em 30% a quantidade de mortes oriundas pelo uso de entorpecentes nas favelas brasileiras. A primeira pergunta e crucial a ser feita a essa análise é: Qual o parâmetro que me garante saber quem morrerá ou não nas favelas brasileiras por uso de entorpecentes? A probabilidade de quem usa substâncias entorpecentes e nocivas a saúde humana é sem dúvida a morte, mas como mensurar quem sejam essas pessoas? Existe um número preciso de pessoas que são dependentes ou fazem uso dessas substâncias? Ou é mais uma especulação numérica? Pois bem, como eu não tenho possibilidade de responder a esses questionamentos, logo, eu não tenho como afirmar que o governo tentará reduzir em 30% o número de mortes de usuários de entorpecentes. O que nós poderíamos asseverar com cautela é que o governo tem condições de minimizar as mortes havidas pelo uso de entorpecentes, sem jamais atribuir a qualquer número comparativo, uma vez que não há um "padrão" comportamental numa determinada sociedade, pois se houvesse, mesmo assim seria contraditório tal assertiva.
Nos dias atuais, a humanidade que dispõe de recursos tecnológicos tão modernos, na era digital, com informação sobre todos os assuntos e sobre todas as áreas, ainda não conseguiu superar a frieza da suposta cientificidade dos resultados. O homem é só mais um número na estatística, e com isso, esquecemos que somos feitos imagem e semelhança de Deus, cujos atributos de sua imagem - imago Dei - que são a inteligência, a sensibilidade, o raciocínio, o amor, dentre outros, estão cada vez mais sendo relegados a segundo plano ou até mesmo esquecidos.
Quando falamos em estatística social (http://pt.wikipedia.org/wiki/Estat%C3%ADstica_social ) não podemos nos esquecer de que somos o objeto principal de estudo, portanto, não propensos a análise tão somente de inferência numérica, mas que o estado emocional, a evolução cognitiva e desenvolvimento sócioeconômico contribuem para a variabilidade dos resultados apresentados. Não somos apenas números na estatística, mas o diferencial desse resultado, por isso, somos tão complexos.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

VIVER BEM NÃO É UMA OPÇÃO, MAS UMA NECESSIDADE!

Sempre quando pensamos em curtir a vida, aproveitar o melhor que temos para viver, ou seja, viver bem, imaginamos que essa situação é uma OPÇÃO, da qual eu tenho disponibilidade de escolher ou não viver bem, todavia, poderíamos encarar isso de forma diferente, não como uma OPÇÃO, mas como uma NECESSIDADE. É isso mesmo, precisamos viver bem para alcançar diversos benefícios diretos e indiretos para nossa saúde, auto estima, crescimento e amadurecimento pessoal, profissional e espiritual, tanto para nós, como para com aqueles que estão ao nosso redor, logo,  jamais devemos deixar essa situação a mercê dos nossos caprichos volitivos, ou mesmo achando que não somos merecedores dessa DÁDIVA DIVINA.

Para melhor compreensão do "VIVER BEM", é interessante ter a noção de "NECESSIDADE".

Necessidade, segundo a psicologia, é um estado interno de insatisfação causado pela falta de algum bem necessário ao bem estar. Segundo Henry Murray - psicólogo norte americano formado na Escola de Medicina e Cirurgia de Colúmbia em 1919, tendo-se doutorado em Bioquímica na Universidade de Cambridge, Inglaterra em 1927- classificou as necessidades em necessidades primárias ou viscerogênicas, que são as necessidades de natureza biológica (fome, sede, sono), e necessidades secundárias ou psicogênicas, que são necessidades que derivam de uma necessidade primária ou são inerentes à estrutura psíquica humana. Quer aprender mais sobre as necessidades, acessem ao link: http://pt.wikipedia.org/wiki/Necessidade_%28psicologia%29   lá, o leitor terá muitas dúvidas esclarecidas.

Mas se viver bem não é uma OPÇÃO (Faculdade, ação de optar, de escolher entre duas ou várias coisas, sinônimo de alternativa, seleção), como posso compreender essa situação como uma NECESSIDADE?

Em primeiro lugar, já tenho a compreensão do significado de necessidade, situação essa sine qua non para o meu "Bem Estar". Em segundo lugar, devo compreender que, acaso eu não disponibilize dos meios para suprir as minhas necessidades, logo, eu não vivo bem, ou não estou vivendo bem! Em terceiro lugar, como eu não vivo bem ou não estou vivendo bem, haja vista as minhas necessidades não estão sendo supridas, então sou capaz de compreender que cedo ou tarde, adoecerei biopsicossocialmente, tendo por consequência a minha debilidade física, minha incapacidade funcional e todas as minhas faculdades comprometidas. Tá difícil? Resumindo, Viver Bem não faz parte de uma escolha conscientemente deliberada, mas eu preciso viver bem para me manter vivo, do contrário, padecerei! Parece um jogo de palavras, não é? Eu lhes afirmo que não, mas sim uma lógica, que é por muitos conhecida como lógica aristotélica (ver site: http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%B3gica_aristot%C3%A9lica), onde há uma premissa maior (Viver Bem), uma premissa menor (necessidade) e uma conclusão (bem estar).




quinta-feira, 9 de agosto de 2012

A SOBRIEDADE QUE NOS APERFEIÇOA

"Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo" (I Pedro 1:13)
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"Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, e tendo por capacete a esperança da salvação" (I Tessalonicenses 5:8)

Quando lemos alguns versículos semelhantes aos de cima, imergimos em nosso próprio consciente para refletir sobre a nossa vida e o que nós temos feito desde então. Passamos a avaliar todas as nossas atitudes em relação ao nosso próximo, no que erramos e acertamos, e o que podemos melhorar nas próximas ações. Daí, vem à tona a seguinte questão: O que fazer para me torna uma pessoa cada vez melhor? A luz do evangelho e dos aconselhamentos das cartas paulinas e petrinas, poderíamos certamente dizer: Ser uma pessoa sóbria! Mas afinal, o que é sobriedade?
Quando pesquisamos sobre a origem da palavra sobriedade, podemos encontrar alguns significados, a exemplo de ter temperança no comer e beber; ou ser uma pessoa comedida, reservada, ser pacimônio; ou ainda ser moderado, usar de simplicidade, frugalidade. Logo, percebemos que sobriedade não se limita apenas a questão de abstinência a bebida alcoolica, mas uma vida regrada, moderada e simples.
O primeiro exemplo da carta petrina, temos o apóstolo orientando aos cristãos dispersos na Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia, a respeito da maneira como devem viver e a dedicação a pregação do evangelho. Nela, temos a preocupação de Pedro em orientar aos cristãos em "cingir" ou "apertar" junto aos "lombos do entendimento" ou "nossa consciência" a sobriedade, sem perder a esperança na graça oferecida pela revelação de Jesus Cristo. Mas o que isso quer dizer? O que Pedro quis dizer foi para sermos sóbrios, moderados, regrados, sem perder de vista a humildade e a santidade que é alcançada com essa atitude (I Pe 1:15-16, 21-22).
No segundo exemplo, o apóstolo Paulo faz um alerta aos cristãos em considerá-los como "Filhos do dia" ou "Filhos da luz" ou do "entendimento", concitando-os a serem sóbrios, sem abrir mão das vestimentas espirituais que são capazes de ajudar no aperfeiçoamento do ser humano, quais sejam: a) couraça da fé e do amor; e b) capacete da esperança da salvação. Nesse alerta ou aconselhamento, o apóstolo Paulo ressalta a importância de estarmos sempre vigilantes e procurando o aperfeiçoamento em nossas vidas, examinando tudo, retendo o que do bem, abster-se de toda aparência do mal e procurando ser irrepreensíveis (I Ts 5: 12-23), vestidos para tanto, com a couraça da fé e do amor, pois é imprescindível para nos aproximarmos de Deus (Hb 11:06) e reconhecê-lo por ser Ele mesmo a verdadeira expressão do "Amor" (I Jo 4:08), bem como o uso do capacete da esperança da salvação, blindando-nos assim de toda e qualquer investida desesperançosa de uma vida melhor no povir.
Quando agimos com sobriedade, não damos importância ao hedonismo, ou seja, a busca pelos prazeres dessa vida, mas nos focamos naquilo que pode nos tornar pessoas melhores, maduras, centradas, sensatas e conscientes dos atos praticados, sabendo que esses atos contribuem para o nosso bem e do nosso próximo (Rm 8:28).




sexta-feira, 15 de junho de 2012

EM BUSCA DA FELICIDADE!

"Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos". (Salmos 128:1)...

"A felicidade é um princípio; é para alcançá-la que realizamos todos os outros atos; ela é exatamente o gênio de nossas motivações." (Aristóteles)...

Quem não quer ser feliz nessa vida? Quem não gostaria de se acordar todos os dias e poder desfrutar de tudo de bom que existe para se viver com alegria, sem aborrecimento, sem decepções, enfim, ter uma felicidade contínua? Mas afinal, o que é felicidade?

A felicidade é compreendida como um estado emocional de satisfação, equilíbrio físico e psíquico durável em sua plenitude, em que o sofrimento e a inquietude estão ausentes. Nesse estado, existe uma gama de emoções ou sentimentos que vai desde o contentamento até a alegria intensa ou júbilo. Para muitos, a felicidade pode ser entendida também como um "bem-estar espiritual" ou "paz interior".

Diversos são os campos científicos que abordam a existência da "Felicidade", a exemplo da filosofia, religião, psicologia, medicina (psiquiatria, neurologia, etc.), dentre outros ramos da ciência. O homem sempre procurou a felicidade. Filósofos e religiosos sempre se dedicaram a definir sua natureza e que tipo de comportamento ou estilo de vida levaria à felicidade plena.

Na filosofia, a felicidade era vista pelos antigos gregos como eudaimonia,  um termo ainda usado em ética. Para as emoções associadas à felicidade, os filósofos preferem utilizar a palavra prazer ou "hedonismo". É difícil definir, rigorosamente, a felicidade e sua medida.

Ainda na Grécia Antiga, Tales entendia como felicidade: “Quem tem corpo são e forte, boa sorte e alma bem formada”, enquanto Demócrito, de maneira quase análoga, definia a Felicidade como: “A medida de prazer e a proporção da vida, que era manter-se afastado dos excessos e dos defeitos”. Em suma, para os gregos, a Felicidade era compreendida como “O sentimento que temos que tudo está bem”, e para tanto, a ausência de medo, de perturbação e de conflito, conforme perdura tal compreensão até aos dias atuais como "Um estado mental de tranqüilidade, satisfação e prazer, uma paz de espírito".

Investigadores em psicologia desenvolveram diferentes métodos e instrumentos, a exemplo do Questionário da Felicidade de Oxford, para medir o nível de felicidade de um indivíduo. Esses métodos levam em conta fatores físicos e psicológicos, tais como envolvimento religioso ou político, estado civil, paternidade, idade, renda etc. Dentro dessa linha de pensamento, existem países que medem o grau de seu desenvolvimento através de "Indice de Felicidade Humana (IFH)". Caso o leitor tenha curiosidade de saber a quantas anda o seu grau de felicidade, indico acessar ao site: http://www.rioserv.com.br/testefelicidade.htm onde você irá avaliar no final seu estado de felicidade.

Na religião, a felicidade está intrinsicamente atrelada a perspectiva de paz, alegria, conforto, acolhimento e uma vida promissora no povir, ingredientes esses que permitem a pessoa a experienciar um estado de felicidade maior e por mais tempo, diferente do que ocorre em outras áreas.

Simploriamente comparando, tomemos o exemplo na medicina, onde se inventaram a "pílula da felicidade", a qual promete a pessoa a ter um corpo desejável, e através de algumas substâncias químicas, a exemplo do triptofano, substância precursora da serotonina, que atua no neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar, e com níveis elevados dessa serotonina há uma contribuição capaz de garantir prazer e melhorar o humor da pessoa que faz uso de tal pílula, confiram no site: http://boaforma.abril.com.br/dieta/aliados-da-dieta/5htp-pilula-poderosa-488678.shtml, dentre outras interações medicamentosas que possuem um efeito temporário, enquanto se estiver fazendo uso dessa prescrição. 

Já na religião, especificamente a cristã, o indivíduo ao experienciar uma situação de acolhimento de um "Ser supremo", infinito, Todo Poderoso, mas que o estende a mão, aceitando-o com suas imperfeições, impotências e incapacidades, e sem nada lhe exigir, oferece-lhe uma vida de paz, salvação, consolo, gozo, cura, enfim, um "Porto Seguro para Alma" no seu mundo interior, essa garantia proporciona ou impulsiona ao indivíduo uma maior felicidade que àquela em virtude de coisas que dependem de aquisição material, ingestão de substâncias farmacológicas, esforço físico, dentre outras peculiares ao mundo externo.


Na Bíblia Sagrada, o termo "Bem-aventurado" é uma palavra composta e sinônima de "Felizardo", de pessoas bem sucedidas e alcançadas pelo sucesso. Essa referência se fez necessária, haja vista a introdução dessa postagem ao iniciar: "Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos". (Salmos 128:1), logo, podemos entender que "Feliz" é aquele que teme ao Senhor, que faz a sua vontade, pois, essa vontade é boa (Romanos 2:13), é de agradecimento em todas as coisas (I Tessalonicenses 5:18), que impulsiona ao homem fazer o bem (I Pedro 2:15), que traz confiança e atende as nossas necessidades (I João 5:14), por fim, uma vontade que transforma o entendimento por ser boa, agradável e perfeita (Romanos 12:2).

O segredo da felicidade na religião, particulamente cristã, está nessa "bem-aventurança", ou seja, em "temer ao Senhor e andar nos seus caminhos".

Quanto as demais religiões, há também uma crença, uma fé, uma esperança em seguir a um ensinamento que lhe proporcione uma "paz interior" "um acolhimento", "um conforto", dentre outras experiências vividas por seus seguidores, contribuindo assim para um Estado de Felicidade perene.






segunda-feira, 14 de maio de 2012

COMO CONTROLAR A ANSIEDADE?

"A ansiedade no coração deixa o homem abatido, mas uma boa palavra o alegra". (Provérbios 12:25)....

Quem nunca ficou ansioso nessa vida? Pesquisas tem demonstrado que a ansiedade tem sido um dos maus dos séculos, acompanhado do estresse, depressão e uso de substâncias psicoativas.
No todo, a ansiedade é tida como uma emoção normal, ou seja, quando ela nos ajuda a lidar com as situações difíceis, desafiadoras ou periogosas que surgem em nossas vidas. Ela também é tratada como comum, em virtude de algum estresse, nervosismo ou quando alguém se encontra preocupado; e por fim a ansiedade se torna um PROBLEMA quando ela impede que alguém desfrute da vida normal, vindo afetar seu relacionamento na escola, no trabalho, relações familiares, amizades ou na vida social. Nessa fase, a pessoa ansiosa perde o controle de suas emoções, passando a viver em virtude dos sentimentos ansiosos.

Mas, como posso identificar esses sentimentos ansiosos?

Quando ficamos ansiosos, o nosso corpo se prepara para alguma forma de ação física, frequentemente chamada de reação de "Luta" ou "Fuga", apresentando algumas alterações fisiológicas, tais como: Respiração curta, aperto no peito, vertigem ou tontura, palpitações, dores musculares, especialmente na cabeça e no pescoço, frio na barriga ou enjôo, dentre outras. O interessante é que, após esse evento desagradável, o nosso corpo retorna ao normal e geralmente acabamos nos sentindo melhor, mas não se engane, caso não procuremos ajuda de profissionais (psicólogos, psiquiatras, psicoterapeutas), essas alterações podem voltar de forma mais intensiva, podendo gerar um outro tipo de transtorno psíquico bem pior que as primeiras manifestações.

Mas, como tudo isso começa?

Tudo começa com os pensamentos de preocupação! mesmo não havendo uma razão óbvia para sentirmos ansiosos, ou mesmo a forma como pensamos sobre as coisas, como por exemplo: De que as coisas vão dar erradas; de que não podemos alcançar o sucesso; de que não sou capaz de lidar com as dificuldades apresentadas, dentre outros pensamentos negativos e preocupações desnecessárias, aumentando assim o grau de ansiedade.



Qual seria a saída para não ficarmos tão ansiosos ou mesmo sofrermos por conta disso?

Dar uma simples resposta para um assunto tão intrigante como esse, parece um pouco banal, mas, a primeira coisa que devemos fazer para evitar a ansiedade como PROBLEMA é parar de fazer as coisas que nos preocupam, é isso mesmo, PARAR!
Ufa! Quanto mais interrompemos ou evitamos as coisas que nos preocupam, mais probabilidades temos de se sair melhor diante de um quadro de ansiedade. A seguir, vão algumas dicas muito interessantes para você se sentir melhor:

a) Pensar positivamente - Parece óbvio demais dar essa orientação, mas, por incrível que pareça, quando estamos ansiosos, não conseguimos "pensar de forma positiva". Só pensamos no que é negativo, no que não irá dar certo, sofremos por antecipação. Esse pensamento positivo pode vir a minha mente através de músicas relaxantes, meditações, leituras instrutivas (Bíblia Sagrada, Livro de auto ajuda, etc.);
b) Fazer exercícios físicos - Outra recomendação que parece óbvia em todas as situações de qualquer incômodo ou transtorno psíquico, mas, os exercícios físicos não só ajudam a aparência física (externa), mas ao sistema neurotransmissor na liberação de substâncias em nosso cérebro que nos traga uma "sensação de prazer". Uma simples caminhada de 15 ou 20 minutos é o suficiente para se sentir melhor;
c) Não ficar por muito tempo parado (ocioso) - A ocupação da mente é uma das melhores terapias que existe e que nos ajuda a não pensar em "bobagens", "pensamentos negativos", dentre outras situações. A ociosidade, ou seja, o tempo que perdemos sentados em um computador sem proveito de meditação, pesquisa para estudos ou mesmo o necessário para ler e responder seus e-mails, tornar-se alheio ao tempo, e faz-nos "refém" da ansiedade. Busque andar descalço em uma grama ou areia da praia, procure ser prestativo em casa, no trabalho ou em qualquer ambiente onde se encontre (labaroterapia).
d) Acreditar em si mesmo - O ansioso muitas das vezes se acha incapaz de resolver seus problemas, mas aqui vai uma dica, não fique preocupado por demais com esses problemas se a solução não lhes aparece nesse momento, tente mudar de foco, e confie em si que é capaz de resolvê-lo no momento oportuno.

Podemos concluir que a ansiedade não é um problema novo, do século XXI, mas que, conforme pudemos ver no ínicio da postagem, muito antes de Jesus Cristo vir ao mundo, Salomão já escrevia em provérbios os efeitos da ansiedade, e após a vinda de Cristo,  o apóstolo Pedro já escrevia: "Lançando sobre Ele (Jesus) toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós". (I Pedro 5:7).
Dessa pequena passagem podemos tirar ao menos 02 (duas) conclusões: 1º) De que eu não preciso ficar pensando negativamente, o tempo todo, pois, "Devo" lançar sobre o Senhor Jesus TODA A MINHA ANSIEDADE, confiar que ele sabe do que preciso e de que nada me faltará. No evangelho de Mateus, capítulo 6 e versículo 33, o próprio Jesus já advertia aos seus discípulos que ficam ansiosos com o quê comer e o com o quê vestir, quando então ele nos ensina a "Buscar primeiramente o reino de Deus e a sua Justiça, e as demais coisas (comida, vestimenta, trabalho, relação afetiva, etc.) e vos acrescentará". Quantos de nós temos buscado apenas o TER, sem se preocupar como isso deva ocorrer, e por conta disso, a nossa ansiedade só aumenta, e por consequência, adoecemos....2º) Porque Ele (Jesus) tem cuidado de vós...No momento em que perdemos essa esperança do "cuidado do Senhor Jesus", de fato, a nossa ansiedade só tende a aumentar...Nos sentimos incapazes de resolver quaisquer problemas, e ainda mais, só nos vem a mente pensamentos negativos, pois, perdemos a crença naquele que supre todas as nossas necessidades...

Medite nessa passagem bíblica, e se mesmo assim, após todas as dicas aqui apresentadas, não conseguir se desvencilhar da ansiedade pela qual está passando, procure um acompanhamento de um profissional na área de saúde mental, com certeza você se sentirá bem melhor....